![]() | |
Dona de casa triplicou a renda da família comercializando o Mané Xi,uma iguaria que conquistou até apreciadores de outros países | |
![]() |
O comerciante José Pereira Filho, de Itapaci (GO), cumpre um ritual a cada quinze dias. No caminho para Goiânia, ele sempre pára duas vezes na Frutti Coco Lanches, ou na ‘barraca da Cidinha’, como o estabelecimento é mais conhecido. “Na ida, de manhãzinha, eu tomo um café e, na volta, passo para buscar as encomendas. Se chegar em casa sem o ‘mané pelado’ da Cida, levo bronca”, diverte-se o comerciante. Do outro lado do balcão está Maria Aparecida Rodrigues, dona de casa que viu seu destino mudar depois de sofrer um violento assalto na propriedade rural onde a família vivia, no município de São Francisco de Goiás, a 90km de Goiânia. “Aconteceu em 1998. Quando chegamos da igreja, os ladrões estavam na nossa casa, nos esperando. Meu marido levou um tiro e quase ficou paraplégico. Eles levaram nossa camionete e tudo o que a gente tinha. Foi tão horrível que nós não conseguimos mais ficar morando lá”, conta, ainda com lágrimas nos olhos. Com muita fé e força de vontade, ela, o marido, José Alves Limiro, e os filhos Valéria, Patrícia, Márcia e Luiz Sérgio, na época ainda adolescentes, começaram um pequeno negócio às margens da rodovia GO-080. No início a intenção era vender frutas, verduras e outros produtos trazidos da chácara, que a família ainda mantinha. Aparecida, como era cozinheira de ‘mão cheia’, decidiu fazer bolos para vender aos motoristas que transitavam pelo local. “Comecei fazendo o bolo de mandioca, o tradicional ‘mané pelado’, mas logo desisti porque dava muito trabalho. Então, os clientes começaram a cobrar, dizendo que não queriam o bolo feito de farinha de trigo”, conta. Atendendo aos pedidos, a quitandeira recomeçou a produção dos bolos de mandioca, que ganharam uma versão com doce de abacaxi em calda. Nascia aí o popular ‘Mané Xi’, hoje sucesso de vendas. No tradicional, em vez de coco desidratado, ela faz questão de adicionar a fruta fresca. Quem se encarrega de ralar é o marido, que não reclama. “Ralo em média cinco quilos de coco por dia, mas assim o ‘mané pelado’ fica muito mais gostoso”, diz. Com simpatia e um sorriso de satisfação por conseguir sobreviver do próprio negócio, Aparecida conta que, graças à venda dos bolos, conseguiu formar uma das filhas, que fez dois cursos superiores e está fazendo pós-graduação. “É muito sacrifício, acordo todos os dias às cinco da manhã, mas vale a pena. Eu e meu marido trabalhamos muito e ainda contamos com a ajuda de todos os filhos. Mas, graças a Deus, conseguimos superar todas as dificuldades”, avalia. Vivendo na chácara, da venda de leite e queijo, a família tinha uma renda de dois salários mínimos. Hoje, o faturamento médio mensal líquido da Frutti Coco gira em torno de cinco salários mínimos. No começo, eram comercializados diariamente duas formas, daquelas redondas de pudim, de mané pelado. Atualmente são de 15 a 20 formas, além do que é vendido em generosos pedaços. Além do bolo de mandioca, na barraca os fregueses também encontram outras ‘coisas da roça’, como geléia de mocotó, doce de leite, pé de moleque, biscoito de queijo, mel e frutas. Entre os caminhoneiros, um ‘hit’ é o pão de queijo recheado (na hora) com molho de tomate e carne moída. Quanto ao Mane Xi, além do sucesso regional, ele foi até ‘exportado’. “Clientes encomendaram o bolo de mandioca com doce de abacaxi em embalagem especial para levar para países como Estados Unidos, Portugal, Bélgica e Argentina”, conta Aparecida, orgulhosa. O que é o mané peladoÉ um bolo feito à base de mandioca, leite, margarina, açúcar, coco e queijo ralados. De sabor marcante e textura característica, é presença certa nas mesas goianas e mineiras. Serviço: Frutti Coco LanchesRodovia GO-080 – São Francisco de Goiás (GO) Agência Sebrae de Notícias (ASN Goiás): (62) 3250-2268 http://www.sebraego.com.br/site/site.do?idArtigo=3368 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário